O surgimento da nova cópula 是 shì é um dos fenômenos importantes da linguagem pós-clássica.
A cópula 是 shì originou-se do pronome demonstrativo 是 shì. Gradualmente, 是 shì é transformado em cópula e substitui o antigo 也 yě.
Encontramos os primeiros sinais disso já na língua clássica tardia, mas esse uso da palavra só se tornou a norma no período pós-clássico:
汝是阿誰 rǔ shì āshuí "Quem é você?"
我是汝妻 wǒ shì rǔ qī "Eu sou sua esposa."
Mas no início do período pós-clássico, 是 shì também é encontrado em seu significado anterior:
知是故人來 zhī shì gù rén lái "Ela percebeu: era seu ex-marido que havia chegado."
非 fēi ainda é usado como cópula em uma frase negativa nessa época. A combinação 不是 bù shì aparece muito mais tarde.
Os preparativos para o casamento na China antiga eram sempre precedidos pela descoberta de se o casamento futuro seria feliz.
Para isso, era necessário saber as datas de nascimento dos noivos, para que um horóscopo pudesse determinar sua compatibilidade.
O dia do casamento era determinado com igual cuidado. A data escolhida era considerada mais "auspiciosa" se os seis signos cíclicos que denotavam o ano, o mês e o dia da celebração "correspondessem" entre si (por exemplo, ano 甲子 jiǎ zǐ, mês 乙丑 yǐ chǒu, dia 丙寅 bǐng yín). Às vezes, a espera pelo dia certo era muito longa, vários meses. Portanto, a alegria do noivo ao saber que o dia auspicioso chegaria na mesma semana é compreensível.
Ao contrário da linguagem moderna, para a qual a adaptação transcricional de empréstimos geralmente é incomum, na antiguidade esse método de transmissão desempenhou um papel fundamental. É natural que o empréstimo por som geralmente envolvesse alguma distorção da aparência fonética das palavras adaptadas.
Um exemplo notável disso é a antiga palavra chinesa 琉璃 liú lí "esmalte" (do sânscrito veluria). Observe que o vidro, emprestado do Ocidente, era designado pela mesma palavra nos primeiros séculos d.C.